Curdistão // Último bastião do ISIS na Síria derrotado pelas SDF~ 2 min

Celebração do Newrow (ano novo curdo) em Baghouz depois da vitória sobre o ISIS.

Por Bruno Garrido

No passado sábado, as SDF anunciaram a queda do último bastião do ISIS na Síria. Esta campanha, iniciada a 9 de Fevereiro depois da libertação da área de al-Sousse, tinha como objetivo libertar a região de Baghouz, o último reduto territorial do Estado Islâmico na Síria.

O conflito começou com a ocupação da cidade de Mosul em 2014, de onde o grupo jihadista começou a ocupar vastas zonas de território no Iraque e Síria, deixando pelo caminho um rastro de destruição e crimes sangrentos. Sete anos depois, as forças curdo-árabes das SDF declararam o fim territorial do califado. Vários momentos históricos destacam-se ao fim de sete anos de resistência contra o grupo jihadista.

O cerco de Kobane em 2014 foi um deles e marca um ponto de viragem na luta contra o grupo jihadista, assim como, a libertação de Raqqa – a capital auto-proclamada pelo grupo salafista. As guerrilhas curdo-árabes salvaram ao longo de sete anos aproximadamente 5 milhões de pessoas das mãos do ISIS e Al-Qaeda e libertaram mais de 52 000 km2 de território ao longo do norte e leste da Síria.

Esta guerra brutal terá provocado a morte de pelo menos 11 000 combatentes e cerca de 21 000 pessoas ficaram gravemente feridas. Milhares de civis foram forçados a fugir da guerra, torturados, capturados, escravizados ou mortos. Só na batalha de Sinjar, onde o grupo jihadista iniciou um genocídio contra a população yazidi, estima-se que mais de 5 000 mulheres foram vendidas em mercados como escravas sexuais. Igual número de pessoas terão também sido mortas pelo grupo salafista.

Desde a resistência de Kobane, liderada pelas forças curdas das YPJ e YPG, o califado vinha a perder terreno de dia para dia. Esta última vitória é sinónimo de um grande aumento de moral para as próximas batalhas do movimento curdo. A possível invasão da Turquia e as futuras negociações com o governo sírio avizinham-se como os grandes desafios no processo da autonomia da Federação Democrática dos Povos do Norte e Leste da Síria (DFNS).

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