Portugal // Uma centena caminha contra as minas em Covas do Barroso~ 8 min

Por Francisco Norega

Em Covas do Barroso, cerca de uma centena de pessoas caminharam ontem em defesa do património natural e cultural desta aldeia barrosã onde a britânica Savannah Resources pretende abrir uma mina de lítio a céu aberto com 593 hectares, a cerca de 200 metros das casas mais próximas.

Às pessoas da aldeia e da região juntaram-se dezenas de pessoas vindas de várias partes do territorio português e até de outras partes da península ibérica. Durante a caminhada de cerca de 7km, cujo registo fotográfico aqui partilhamos, os e as presentes puderam apreciar este património natural de cortar a respiração.

Desde o centro da aldeia, através dos montes, cruzaram-se riachos e pequenas cascatas, acompanhados de vistas para os lameiros, que se estendem à volta das aldeias de Covas do Barroso, Muro e Romainho, e para as imponentes montanhas que as rodeiam, e que a mineira britânica e o estado português querem destruir.

No final da caminhada, uma mesa repleta de boa comida esperava os e as participantes – algo a que a população de Covas já vem habituando as gentes solidárias que, ao longo destes últimos anos, rumaram a esta região de Trás-os-Montes nas repetidas jornadas de luta, encontro e partilha. A troca de ideias, informações e contactos entre os movimentos do Barroso e de outras regiões, como é o caso da zona Seixoso-Vieiros, ameaçada pelo PPP-Lítio, continuou pela tarde dentro na Casa do Povo.

O Barroso foi classificado pela FAO como Património Agrícola Mundial em 2018 «com base na forma tradicional de trabalhar as terras, de tratar do gado e na entreajuda dos seus habitantes». É a única região de Portugal com esta classificação e uma das 7 da Europa.

Esta classificação é, obviamente, incompatível com buracos de centenas de metros de diâmetro e profundidade, explosões diárias, poeiras, contaminação das águas, e tudo o que a actividade mineira traz.

Depois de apresentado o estudo de impacte ambiental e de terminado o período de consulta pública, no Verão passado, a Mina da Savannah em Covas do Barroso necessita agora de uma declaração de impacto ambiental favorável da APA para poder ambicionar começar a operar – coisa que, em numerosas ocasiões, a população local já deixou bem claro que não vai permitir.

Mais informação sobre a Mina da Savannah e a região do Barroso

Sobre o Plano de Fomento Mineiro que ameaça 1/4 do território português

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