Palestina // Justiça para Shireen Abu Akleh, morta pelas forças de ocupação~ 3 min

Dezenas de pessoas juntaram-se ontem no Rossio, em Lisboa, para exigir justiça para Shireen e o fim da ocupação genocida do território palestiniano.
Texto de Francisco Norega. Fotos de Paula Montez.

Shireen Abu Akleh, nascida em Jerusalém, foi uma das mais proeminentes jornalistas que, nas últimas décadas, cobriu o conflito israelo-palestiniano. A sua morte, tivesse acontecido noutro cenário, teria sido uma tragédia que escandalizaria o mundo, e os seus assassinos seriam nomeados até à exaustão.

Como aconteceu em Israel, essa democracia amada pelo Ocidente, encontramos imensas formulações criativas para noticiar a morte de uma jornalista: “morreu enquanto fazia cobertura de uma operação israelita” (RTP), “Shireen, jornalista palestiniana pioneira, morreu aos 51 anos” (NYT) ou “morreu depois de ser atingida na cabeça por uma bala” (Forbes). Shireen não morreu, alguém a matou. A arma de onde veio a bala não disparou sozinha.

Tweet da Forbes, entretanto apagado [link original]; o NYT também alterou a sua manchete depois de uma onda de indignação.

Dois dias depois, milhares de pessoas reuniram-se em Jerusalém Oriental para o funeral da jornalista. As forças de ocupação israelitas decidiram então atacar a multidão que acompanhava o caixão de Shireen na saída do hospital São José. Mais uma vez, os media ocidentais decidiram-se pelo contorcionismo jornalístico e noticiaram que “uma cena de violência irrompeu junto do hospital St. Joseph, em Jerusalém, quando (…) Shireen Abu Akleh estava a ser transportada num caixão, obrigando a polícia israelita a dispersar a multidão” (LUSA).

Como se não bastasse, enquanto decorria o cortejo fúnebre, parece que colonos israelitas em Hebron aproveitavam para ocupar casas de famílias palestinianas que se haviam ausentado para participar no funeral de Shireen. [1, 2]

Israel nunca foi punida pelos crimes e pelas violações de direitos humanos que tem vindo a cometer de forma sistemática durante mais de 50 anos. Nunca foi isolada internacionalmente, nunca sofreu sanções monumentais, nunca foi excluída do Swift, nada.

Até quando? 

Pelo fim da ocupação israelita! Justiça para Shireen Abu Akleh!

Gostaste do artigo? Considera subscrever a newsletter. Permite-nos chegar a ti directamente e evitar a censura das redes sociais.

Sigam o nosso trabalho via Facebook, Twitter, Youtube, Instagram ou Telegram; partilhem via os bonitos botões vermelhos abaixo.

Right Menu Icon