Rua da Judiaria denuncia “mensagens de ódio” em Lisboa~ 3 min

Por Francisco Ulrike

A Rua da Judiaria apresenta-se como um “centro cultural judaico” e diz ter por objectivo “promover e salvaguardar o património judaico português”. No entanto, parece estar mais preocupada em defender a honra do regime sionista e as acções genocidas das IDF.

Na semana passada, a Rua da Judiaria publicou um vídeo onde um queque sionista se queixa de “mensagens e símbolos de ódio” – entre eles um stencil em que se lê “Death, Death to the IDF” – e apela às autoridades para que persigam e reprimam quem espalha mensagens anti-sionistas pelas paredes de Lisboa.

A Rua da Judiaria publica regularmente denúncias de “anti-semitismo”, vídeos a rasurar mensagens de oposição ao regime sionista nas paredes de Lisboa e mensagens de apoio aos “reféns” israelitas.

Curiosamente, não se consegue encontrar na sua página uma única publicação que demonstre solidariedade ou preocupação com a situação em Gaza ou com os milhares de palestinianos – incluindo mulheres, crianças, médicos e jornalistas – nas masmorras da ocupação.

Rua da Judiaria defende Bar Harel

Esta manhã, a Rua da Judiaria fez uma publicação em solidariedade com Bar Harel. Sem qualquer vergonha na cara, afirmam que serviu nas IDF de 2014 a 2019 e “novamente entre Outubro de 2023 e Abril de 2024, durante a guerra em Gaza” – como se não houvesse nada de problemático nisso.

A Rua da Judiaria passa-se por “centro cultural judaico”, mas parece mais uma frente de defesa do regime sionista, das IDF e dos seus membros – mesmo aqueles que serviram durante o genocídio em curso. Na verdade, ao fazê-lo a coberto de uma pretensa “promoção do património judaico”, associa todos os judeus aos crimes do regime sionista, acabando assim por fomentar discursos anti-semitas.

Com sionistas, como qualquer pessoa atenta já percebeu, cada acusação é uma confissão.

Da nossa parte, estamos de consciência tranquila. Desde Outubro de 2023 que temos tido a preocupação de visibilizar a oposição de judeus ao genocídio em curso, e de distinguir o regime sionista do “povo judeu” – que, como todos os outros povos, é heterogéneo e diverso.

Por cá, é precisamente o facto de a maioria das organizações judaicas apoiarem desavergonhadamente o estado de israel, enquanto afirmam falar “em nome dos judeus”, que representa a maior ameaça aos judeus em Portugal, abrindo a porta à normalização do discurso anti-semita.

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