Israel bombardeia civis que ordenou evacuar do norte de Gaza~ 3 min
Por F
Israel ordenou na madrugada de ontem a evacuação do norte da Faixa de Gaza, dando um prazo de 24 horas para os civis evacuarem a zona a norte de Wadi Gaza, um pequeno rio que divide o território. Toda a zona a norte deste rio foi declarada zona de guerra para operações do exército israelita, tendo a força aérea israelita lançado milhares de panfletos indicando aos civis as rotas para evacuação.
Na zona designada encontram-se duas províncias: a de Gaza do Norte, com uma população de mais de 250 mil pessoas, e a de Cidade de Gaza, com mais de meio milhão de pessoas. A UNICEF afirma que a evacuação da população das áreas designadas por Israel “simplesmente não é possível”. E, mesmo que fosse possível, representaria limpeza étnica – todos sabemos que a estas pessoas nunca lhes seria permitido voltar.
Em resposta, durante a tarde de ontem, multidões no norte de Gaza saíram à rua e entoaram cânticos de apoio à resistência palestiniana e deixando claro que não acatarão as ordens de Israel e permanecerão onde estão.
Ao final da tarde de ontem, apesar da grande maioria das organizações palestinianas recusarem a ordem de evacuação do norte de Gaza emitida por Israel, centenas de palestinianos decidiram rumar ao sul da Faixa de Gaza. Quando estavam já perto da ponte de Gaza, que cruza o rio Wadi Gaza, os veículos em que seguiam foram atingidos por bombardeamentos israelitas. Esta era uma das rotas aconselhadas pelas forças israelitas. 70 pessoas morreram no ataque, e cerca de duas centenas ficaram feridas. As imagens são arrepiantes.
As forças israelitas emitiram também ordens de evacuação específicas a vários hospitais no norte da Faixa de Gaza.
O Crescente Vermelho Palestiniano recusou as ordens de evacuação do hospital Al-Quds, na cidade de Gaza, tendo em conta que os seus médicos estão a brindar assistência médica nesse hospital.
Também foi dada ordem de evacuação ao hospital Al Awda, no norte de Gaza. O director do hospital declarou que não vão acatar a ordem. “O staff do hospital, incluindo 35 médicos e auxiliares, estão determinados a ficar e prestar cuidados médicos aos pacientes.”
O Crescente Vermelho Palestiniano informa que não tem capacidade para evacuar os doentes e feridos dos seus hospitais, e que não há qualquer lugar seguro na Faixa de Gaza. A UNICEF também afirmou que a evacuação da população das áreas designadas por Israel “simplesmente não é possível”.
Já o mundo ocidental, considerando as declarações dos seus líderes, continua indiferente aos actos genocidas de Israel.