EUA // Anarquista de 69 anos morre a tentar impedir deportações de migrantes~ 3 min
Por Bruno Garrido
Na madrugada de sábado, um anarquista de 69 anos foi morto pela polícia do estado de Washington quando tentava incendiar os autocarros de um centro de detenção de migrantes na cidade de Tacoma.
Os autocarros iriam ser utilizadas para transportar migrantes dos centros de detenção onde se encontram presos até ao aeroporto de Yakima, para posteriormente serem deportados.
O ataque levado a cabo por Willem Van Spronsen surge como consequência de um novo raide preparado por Trump, que continua a implementar o seu programa xenófobo de tolerância zero, e colocou milhares de agentes nas ruas de vários estados americanos com o objectivo de fazer buscas por migrantes que já estejam a viver nos EUA ou que procuram asilo, para depois os encaminhar para deportação para fora do país.
O centro de detenção é administrado pelo grupo GEO , uma empresa privada, e tem capacidade para deter até 1575 pessoas enjauladas nas mãos de grupos privados de segurança de imigração. O assassinato aconteceu em plena onda de protestos em todo o país contra ataques planeados contra imigrantes sem papéis, como anunciado por Donald Trump.
Os protestos centram-se também nas condições desumanas das instalações usadas para deter imigrantes e requerentes de asilo.
No manifesto escrito pelo próprio, onde começa por afirmar que “existe o bem e existe o mal, é tempo de tomar acção contra as forças do mal” este homem explica os motivos do seu ataque, e em quem se baseia na hora de actuar, desde os seus ensinamento teóricos até às lutas de libertação que se espalham um pouco por todo o mundo nos dias de hoje e que para ele são um exemplo.
No manifesto publicado por amigos pouco depois da sua morte, o mesmo também afirma que:
Prometi a mim mesmo que não seria um daqueles que estão de pé quando os vizinhos estão a ser arrancados das suas casas e presos por serem percebidos como pessoas inferiores.
Traça assim paralelos entre a Alemanha nazi e os ataques do ICE, deportações de pessoas sem documentos, detenções de migrantes, separações familiares e outras violências cometidas pelo governo dos Estados Unidos.
O mesmo afirma que o ataque tinha o objectivo de ser uma missão suicida.
Lamento que sentirei falta do resto da revolução. Obrigado pela honra de me terem no vosso meio. Dando-me espaço para ser útil.
Depois do conhecimento da sua morte pelas mãos da polícia, várias pessoas reuniram-se em frente ao centro de detenção para protestar contra a morte de Willem Van Spronsen e contra os centro de detenção.
Colectivos antifascistas, também emitiram comunicados a relembrar o papel militante de Willem Van Spronsen, como um grande dinamizador das lutas contra os centros de detenção.