Como o ocidente fez da Líbia um estado falhado~ 2 min
Por Nguyen
Muito se fala do estado falhado da Líbia, dos problemas da Líbia, da corrupção, da guerra civil, dos alertas. Não há uma única palavra sobre a razão da Líbia estar como está.
Em 2011, a Líbia foi um dos países afectados pela Primavera Árabe. Apesar de ser um dos mais prósperos do continente africano, a inflação e a corrupção geravam algum descontentamento entre a população. Começaram protestos, o governo respondeu com mão pesada. Até aqui nada de diferente dos restantes países afectados. No entanto, começaram a surgir facções jihadistas armadas entre a oposição. O governo respondeu militarmente à insurreição armada, e começaram a circular rumores de atrocidades por parte do governo. Algumas terão sido reais, outras fabricações completas, como o mito que o governo distribuía Viagra entre os soldados negros para estes violarem mais mulheres. As redes sociais e os media criaram a justificação para o que vinha a seguir.
Em Março de 2011, os governos de Cameron, Obama, Berlusconi e Sarkozy decidem que querem fazer guerra ao governo da Líbia e matar um líder que tantas vezes humilhou e ajudou a derrotar o colonialismo Ocidental. A guerra foi rápida e brutal, a morte de Khadaffi selvagem e humilhante. O que não impediu Hillary Clinton de se rir sadicamente sobre o assunto, enquanto dizia divertida “Chegámos, vimos e ele morreu”.
No fim da guerra, o país estava devastado e a guerra civil instalada. Os jihadistas e as respectivas armas espalharam-se pelo Sahel, o número de refugiados aumentou, o racismo e violência contra negros disparou e voltaram os mercados de escravos. Tudo resultado das “preocupações humanitárias” e de “intervenção democrática” do Ocidente. Preocupações que terminaram assim que o regime de Khaddafi foi destruído. Nada disto será referido nos meios de comunicação respeitáveis que choram lágrimas de crocodilo, depois de terem feito propaganda para apoiar a intervenção militar.