A «agressão injustificada» do Hamas: os crimes de Israel em 2023~ 3 min
Por Nguyen e F
Segundo a imprensa portuguesa e ocidental, o ataque do Hamas não tem qualquer justificação, compromete o processo de paz, e o estado do apartheid de Israel apenas se irá defender, já que está no seu direito. Era difícil estar mais longe da verdade.
Os crimes do estado de apartheid de Israel são incontáveis. Decidimos enumerar uma série de agressões, insultos, actos de guerra e crimes ocorridos este ano contra a Palestina, tentando desta maneira fazer um contraponto ao discurso em que Israel é retratado como vítima.
Desde o início do ano que líderes da extrema direita israelita têm feito incursões na mesquita de Al Aqsa, acto condenado pelas diferentes forças palestinianas que avisaram que poderiam ocorrer represálias. Por diversas vezes, os ataques contra a mesquita e população civil foram violentos e com intervenção armada da polícia.
Ocorreram vários ataques e bombardeamentos a Gaza que constituem crimes de guerra e violação dos direitos humanos – matam civis, incluindo crianças, e merecem a condenação de organizações internacionais. Em Maio, durante a maior ofensiva israelita sobre Gaza dos primeiros 9 meses deste ano, as operações das forças israelitas danificaram quase 3000 habitações, tendo 103 casas sido completamente destruídas. Mais de 1200 palestinianos tiveram de ser deslocados devido a esta ofensiva. Onze civis morreram, incluindo 4 crianças, e 190 pessoas ficaram feridas, das quais 64 eram crianças. Mais uma vez, Israel bombardeou zonas densamente povoadas, muitas vezes de madrugada, quando as famílias estão a dormir.
O criminoso cerco a Gaza, por terra, ar e mar, arrasta-se há 16 longos anos. A população vive seriamente limitada de sair, ou entrar, de receber alimentos, energia, medicamentos. Um acto de barbárie e violência contra toda a população civil dessa região.
Só nos primeiros 6 meses do ano de 2023, 500 palestinianos foram deslocados à força de suas casas, 6 foram mortos e 204 feridos, incluindo crianças, em ataques perpetrados por colonos israelitas. Os colonatos israelitas continuam a expandir-se no território ocupado.
Recentemente a retórica de membros do governo israelita tem-se agravado seriamente. Um ministro das finanças veio dizer a público que o povo Palestiniano não existe. Outro ministro apelou à morte de crianças palestinianas, comparando-as a moscas que têm de ser eliminadas. Outro ainda aclamou o assassinato de civis Palestinianos por colonos israelitas. Foi ainda publicado um artigo na imprensa sionista a apelar directamente ao genocídio.
Vale a pena referir ainda a ofensiva sobre o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, no início de Julho, em que participaram 2000 soldados israelitas. Edifícios foram ocupados e bulldozers militares demoliram várias casas e destruíram várias ruas. Doze palestinianos foram mortos, entre eles 3 menores, e mais de uma centena ficaram feridos. Pelo menos 3000 pessoas tiveram de ser evacuadas do campo, e jornalistas foram alvo de fogo real por parte das forças israelitas. Esta foi a maior operação terrestre das forças israelitas desde o fim da Segunda Intifada, há 20 anos. O campo de refugiados de Jenin já havia sido alvo de uma ofensiva israelita no início deste ano.
Este é um resumo muito curto de alguns dos principais crimes da ocupação israelita nos apenas 9 meses do que vai de 2023, incapaz de retratar todas as atrocidades cometidas contra o povo palestiniano durante os últimos 75 anos. Atrocidades que se repetem ano após ano, dia após dia, e que são repetidamente ignoradas pelos líderes e media ocidentais, que logo aparecem a correr para condenar qualquer resistência palestiniana. E, claro, declarar apoio total a Israel.
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