Israel bombardeia Faixa de Gaza de forma indiscriminada e ininterrupta~ 5 min
Por F
Os ataques aéreos ao pequeno território palestiniano onde vivem mais de 2 milhões de pessoas serão os mais intensos alguma vez vistos, tendo sido atingidos mais de mil “alvos” de acordo com as forças israelitas. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, já morreram mais de 687 pessoas como resultado dos bombardeamentos, e pelo menos cerca de 3 mil ficaram feridas. As imagens de crianças ensanguentadas, de famílias inteiras soterradas pelos escombros do que antes foram casas, multiplicam-se pelas redes sociais.
Há pelo menos 105 mulheres e 140 crianças entre as vítimas mortais dos ataques israelitas, entre os quais dois gémeos de três meses, mortos juntamente com a sua mãe e três irmãs num bombardeamento em Khan Younis, no sábado.
Segundo a ONU, mais de 123 000 pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas na Faixa de Gaza.
A Agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) informou que pelo menos 70 mil palestinianos estão abrigados em 64 escolas operadas por esta agência em toda a Faixa de Gaza. Pelo menos dois rapazes estudantes nestas escolas morreram nos bombardeamentos. Duas escolas da UNRWA sofreram “danos colaterais” nos bombardeamentos. Segundo a própria agência, uma escola onde 225 pessoas estavam abrigadas sofreu um impacto directo.
Além disso, a força aérea israelita bombardeou pelo menos quatro mesquitas. Uma destas mesquitas, no campo de refugiados de Shati’, no norte de Gaza, foi atingida na noite passada, quando aí se encontravam reunidos fiéis para uma das orações da noite. Um mercado muito frequentado em Jabaliya, no norte de Gaza, foi também atingido. Morreram 60 pessoas.
Os bombardeamentos israelitas atingiram ainda pelo menos três hospitais. Uma ambulância estacionada em frente ao Hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul de Gaza, foi atingida, causando danos ao hospital e ferindo vários paramédicos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, o Hospital Beit Hanoun, o maior de Gaza, foi danificado e está agora fora de serviço depois das forças israelitas atingirem repetidamente a área. [1, 2, 3]
O Hospital Indonésio em Beit Lahiya também foi atacado com um míssil. Duas pessoas morreram, cinco ficaram feridas e o reservatório de oxigénio do hospital foi danificado. O Comité de Resgate e Emergência Média indonésio (MER-C), que gere o hospital, condenou os ataques e apelou à Indonésia a pedir uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir os brutais bombardeamentos israelitas. Um outro míssil atingiu uma residência que acolhe voluntários que trabalham neste hospital, destruindo um veículo operacional do MER-C e roubando a vida a Abu Romzi, que trabalhava para o MER-C em Gaza desde 2011.
O Ministério de Saúde de Gaza denunciou que as forças israelitas atacam “directa e sistematicamente” ambulâncias, com pelo menos nove destes veículos atingidos desde sábado. Segundo o coordenador médico dos Médicos Sem Fronteiras em Gaza, “não podemos usar ambulâncias neste momento porque estas estão a ser atingidas por bombardeamentos”.
Israel anunciou também um corte completo do abastecimento de água e electricidade à Faixa de Gaza. O edifício da Companhia de Telecomunicações da Palestina, no centro da cidade de Gaza, foi atingido por um bombardeamento israelita hoje, tendo grande parte do território ficado sem serviços de telefone e internet. Israel também impôs um bloqueio total à entrada de comida e combustível na Faixa de Gaza.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 6 400 palestinianos e 300 israelitas foram mortos durante o conflito israelo-palestiniano desde 2008, sem contar com as baixas desta mais recente ofensiva.