Meta censura quase 40 milhões de publicações pró-Palestina~ 4 min

Por Guilhotina.info
Uma recente investigação publicada pela Drop Site News, com base em informação e comunicações internas partilhadas por whistleblowers, revelou os detalhes da “campanha massiva israelita para remover publicações pró-Palestina do Facebook e do Instagram”.
Realçamos as principais revelações desta investigação:
- A Meta removeu mais de 90 mil publicações a pedido do governo israelita, demorando em média 30 segundos a executar cada remoção.
- Os dados mostram que a Meta obedeceu a 94% dos pedidos de remoção emitidos pelo regime sionista desde 7 de outubro de 2023.
- Quase 90% dos pedidos dizem respeito a utilizadores no Médio Oriente e Norte de África, com o Egipto, a Jordânia e a Palestina a concentrarem 53,3% do total.
- O regime sionista é o único estado que suprime mais conteúdo em outros países do que no seu próprio território.
- Cerca de 38,8 milhões de publicações adicionais foram removidas, banidas ou viram o seu alcance suprimido no Facebook e no Instagram desde o final de 2023.
- A moderação automatizada removeu frequentemente conteúdos pró-palestinianos que não violavam as políticas da Meta.
- Um relatório da Human Rights Watch (HRW) sobre a moderação de conteúdos pró-palestinianos pela Meta no pós-7 de Outubro concluiu que, das 1050 publicações documentadas pela HRW como tendo sido removidas ou suprimidas no Facebook ou no Instagram, 1049 envolviam conteúdos pacíficos de apoio à Palestina, enquanto apenas uma era de apoio a Israel.
- A directora do Departamento de Políticas Públicas para israel e a diáspora judaica da Meta é Jordana Cutler, que ocupou vários cargos na estrutura da entidade sionista, incluindo o de conselheira de Netanyahu. Em março, Cutler deu instruções aos seus funcionários para procurarem e analisarem conteúdos que mencionassem Ghassan Kanafani, um romancista pioneiro da literatura palestiniana e porta-voz da FPLP. Kanafani foi morto em 1972 num atentado à bomba orquestrado pela Mossad.
- O caso de Cutler não representa uma excepção, mas a regra – a estrutura da Meta está repleta de pessoas que já ocuparam altos cargos no regime sionista ou fizeram parte de unidades de inteligência israelitas.
- O regime sionista é, de longe, o maior autor de pedidos de remoção a nível mundial – e a Meta seguiu o seu exemplo, alargando a rede de publicações que remove automaticamente e criando o que pode ser considerado a maior operação de censura em massa da História moderna.
- Esta campanha de censura em massa é um modelo para o futuro – o programa de Inteligência Artificial que a Meta está actualmente a desenvolver para moderar conteúdos baseará as suas decisões na remoção bem sucedida de conteúdos críticos do genocídio perpetrado pelo regime sionista.
A Big Tech é cúmplice
Outros gigantes da indústria tecnológica, como a Google e a Microsoft, também são agentes activos do genocídio em curso, colaborando em múltiplas áreas com a polícia e as forças militares israelitas, a administração dos colonatos na Cisjordânia e os sistemas de vigilância em massa da ocupação, e fornecendo serviços de cloud para sistemas de inteligência artificial usados em Gaza.
No entanto, a cumplicidade com o apartheid e a ocupação sionista não se cinge a estas empresas. Como afirmou Lowkey numa entrevista sobre este tema à Breakthrough News:
Não se trata de saber que empresas estão com Israel, mas sim que empresa, ou empresas, talvez não estejam com Israel.
No ano passado, publicámos um artigo sobre a utilização da Inteligência Artificial no genocídio em curso, no qual alertávamos para os perigos da desregulação das IAs e da exportação destas ferramentas para o resto do mundo. Agora, grupos pró-israel nos EUA estão a usar inteligência artificial para compilar nomes de estudantes pró-Palestina para possível deportação, listas que são depois entregues à administração Trump.
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