Gaza // Já são 7 os jornalistas mortos pelas forças israelitas~ 4 min

Por F

Desde o início da ofensiva palestiniana, este sábado, já 7 jornalistas foram mortos em ataques israelitas enquanto cobriam a mais recente escalada do conflito israelo-palestiniano. O Gabinete de Imprensa do governo de Gaza divulgou ontem os seus nomes.

Said Al-Taweel, director da agência de notícias Al-Khamisa
MORTO NUM BOMBARDEAMENTO

Ibrahim Lafi, fotógrafo da Ain Media
MORTO POR FOGO REAL

Muhammad Jarghoun, repórter da Smart Media
MORTO POR FOGO REAL

Muhammad Subh Abu Rizq, fotógrafo da Khbr press
MORTO NUM BOMBARDEAMENTO

Hisham Al-Nawajaha, fotógrafo da Khbr press
MORTO NUM BOMBARDEAMENTO

Muhammad Al-Salhi, freelancer para a Fourth Authority
MORTO POR FOGO REAL

Asaad Shamlikh, freelancer
MORTO NUM BOMBARDEAMENTO

Ontem, 10 de Outubro, Said Al-Taweel, director da agência de notícias Al-Khamisa, e Muhammad Subh e Hisham Nawajhah, dois fotojornalistas, morreram num bombardeamento numa zona residencial perto do porto de pesca da Cidade de Gaza.

O exército israelita havia enviado um aviso a um residente de um ataque iminente. Homens, mulheres e crianças haviam evacuado o edifício em causa e jornalistas tinham-se juntado a largas dezenas de metros do edifício a cobrir a sua evacuação. Testemunhas afirmam que o bombardeamento atingiu um edifício diferente, junto ao local onde se encontrava o grupo de jornalistas. Todos levavam coletes e capacetes identificando-os claramente como membros da imprensa.

No sábado, 7 de Outubro, o fotojornalista Muhammad Al-Salhi foi morto por disparos enquanto cobria as operações militares na fronteira leste do campo de refugiados de Al-Bureij. O Comité para Proteger Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, exige que Israel investigue o assassinato e torne públicas as suas conclusões.

Outros dois jornalistas foram assassinados por fogo real das forças israelitas no mesmo dia. Ibrahim Lafi foi morto perto do checkpoint de Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza. Muhammad Jarghoun encontrava-se no leste da cidade de Rafah, no sul de Gaza.

Asaad Shamlikh, um jornalista freelancer, foi morto no domingo. De acordo com o comunicado do Gabinete de Imprensa, dois operadores de câmara estão desaparecidos e outros 10 jornalistas ficaram feridos no ataque.

Ainda ontem, mas já depois de o Gabinete de Imprensa de Gaza emitir o comunicado, mais uma jornalista foi morta pelos bombardeamentos israelitas. Chamava-se Salam Mima e morreu juntamente com o seu marido e os seus três filhos quando forças israelitas bombardearam a sua casa, no campo de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Vários outros jornalistas ficaram feridos em bombardeamentos, outros estão desaparecidos ou foram presos pelas forças israelitas.

O Comité para Proteger os Jornalistas exigiu o fim da “impunidade” gozada pelas forças israelitas como “a única forma de pôr fim ao assassinato de jornalistas e aos ataques que visam as liberdades e os meios de informação na Palestina”.

Durante os últimos dias, os bombardeamentos israelitas destruíram completa ou parcialmente as sedes de vários meios de comunicação, incluindo o jornal Al-Ayyam, o estúdio da Gaza FM radio, a agência de notícias Shehab e a agência de notícias Ma’an, entre outros. De acordo com a Media Monitoring and Follow-up Unit, mais de 40 escritórios de imprensa foram danificados, e as casas de pelo menos dois jornalistas foram alvo de ataques israelitas e completamente demolidas.

O Secretário Geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) fez um apelo:

“Trabalhadores dos media em áreas de conflito armado têm de ser tratados e protegidos como civis, e tem de lhes ser permitido levar a cabo o seu trabalho sem interferência. A FIJ apela a todos os combatentes neste conflito para dar o seu melhor para proteger jornalistas e profissionais dos media. Há um intenso e profundo interesse neste conflito em todo o mundo, mas as pessoas só serão capazes de perceber o que é que realmente se está a passar se aos jornalistas for permitido fazer o seu trabalho.”

Em Maio, o CPJ publicou a “Deadly Pattern”, uma investigação sobre os assassinatos de 20 jornalistas pelas forças israelitas em 22 anos, e sobre como nunca ninguém foi responsabilizado por essas mortes.

De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos, as forças israelitas assassinaram mais de 50 jornalistas palestinianos desde 2000.

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