Curdistão // “Rojava vencerá, o fascismo cairá!”~ 5 min
Por Simone Vieira
Novo dia de ação global contra a ofensiva turca
A invasão turca no Norte da Síria continua. Esta operação, denominada “Nascente de Paz”, já provocou o deslocamento forçado de mais de 300 000 pessoas, e deixou um rastro de destruição com centenas de mortes e feridos. Nos últimos 12 dias, foram registados ataques a escolas, instalações médicas, veículos médicos, assim como a pontos de água, luz e comida. Várias cidades como Kobanê, Serêkaniyê, Qamişlo, Dêrik, Tirbespiyê, Dirbêsiyê, Amûde, Girê Spî e Ain Issa, estão a ser brutalmente atacadas e rodeadas pelas forças turcas e islâmicas com o intuito de as isolar.
Mas Rojava resiste e em resposta a uma nova chamada internacional da campanha internacional Riseup4Rojava e da Comuna Internacionalista de Rojava para dia 19 de Outubro, mais de 40 cidades em 20 países voltaram a sair à rua contra a ofensiva turca no Norte da Síria.
Em Lisboa
Em Lisboa, a manifestação contou com a presença da Plataforma de Solidariedade pelos Povos do Curdistão e com o movimento Make Rojava Green Again de Lisboa, entre outras companheiras e companheiros apoiantes da Revolução de Rojava – um projeto que se iniciou há 7 anos, com a construção do modelo do Confederalismo Democrático, assente em princípios democráticos, feministas e ecológicos.
“Jin, Jîyan, Azadi!” (mulher, vida, liberdade), “Rojava vencerá, o fascismo cairá!”, Não à invasão, liberdade para o Curdistão!” e “NATO Não! Nem jihadistas, nem Erdogan, liberdade para o Curdistão!” foram algumas das palavras de ordem que se fizeram ouvir no percurso entre o Princípe Real e o Rossio.
Pelo caminho, uma paragem no Largo de Camões, atulhado de pessoas, serviu para gritar bem alto:
Devemos todas fazer a nossa parte e assumir a responsabilidade de defender esta Revolução!
A cooperação militar, económica e diplomática entre Turquia, Estados Unidos, NATO e países europeus deve ser exposta e atacada politicamente. Nenhum apoio para Erdogan, o seu regime ou a sua guerra! Nenhum fornecimento de armas e nenhuma ajuda financeira ou política de extermínio turca! Se os movimentos democráticos decidirem meter este assunto na agenda (nos media, nas ruas, nas fábricas, negócios ou salas de aula), é possível desenvolver uma força comum contra os planos de guerra turcos.
Temos de construir uma resistência política permanente, capaz de cessar a cooperação com o fascismo turco, em cada um dos nosso países.
A Invasão já começou! Não à guerra no Norte da Síria!
Já no Rossio, leu-se um texto escrito pela JinWar, uma aldeia de mulheres auto-gerida em Rojava, para frisar a importância do papel da Revolução de Rojava na libertação das mulheres. O movimento Make Rojava Green Again interviu relembrando os princípios ecológicos que sustentam Rojava e o papel deste projeto na luta ecológica num território onde se fazem esforços para recuperar, não só a paisagem, como os recursos que lhes permitam ser auto-suficientes.
Dia 2 de Novembro será o próximo dia mundial de Resistência por Rojava.
Atualização a 21/10/2019